martes, 14 de junio de 2011

25abril Otelo

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viernes, 4 de febrero de 2011

no se puede mentir eternamente

PIDE obrigou-a a ficar 450 horas sem dormir Magistrada, ex-militante do MRPP, lançou livro onde relata os meses de tortura a que a PIDE a sujeitou CLARA VASCONCELOS "Naquelas circunstâncias, com aquela conjuntura, com aquele fascismo, não mudava uma vírgula àquilo que fiz. Não 'foi uma coisa de juventude', foi muito consciente; não tenho vergonha, tenho muito orgulho". Foi assim que Aurora Rodrigues, de 58 anos, terminou a conversa com o JN, ontem, dia em que lançou o livro "Gente Comum - uma história na PIDE". Um livro que escreveu "porque há uma parte da história que está por contar". -------------------- ---------------- Ex-militante do MRPP, Aurora foi presa em Maio de 1973, aos 21 anos, pela PIDE, depois de uma reunião de alunos na Cidade Universitária, onde cursava Direito. Foi interrogada, sujeita à tortura do sono durante 450 horas, à tortura do afogamento, espancada, humilhada por mais de dois meses... nunca "bufou", nem assinou papel algum. "Não há heróis, nem cobardes. Na prisão, somos nós e a nossa circunstância. Não vejo as coisas em termos de coragem". -------------------- -------------------- -------- Ela diz ter-se apoiado muito na memória de Ribeiro Santos, o camarada assassinado seis meses antes pela mesma polícia política. Mas também na "enorme rede social" que, sobretudo a mãe, essa "mãe coragem", como afirma, criou. Dizia sempre que me mandava muitos beijinhos e que os vizinhos também, e os amigos, e a prima Aninhas...". Coisa que muito intrigava Aurora, uma vez que não conhecia aquela prima. Até que, um dia, da cela, viu passar, entre as visitas, Ana Gomes, actual eurodeputada do PS, sua amiga e camarada de partido. Percebeu quem era a prima Aninhas. -------------------- -------------------- -------- O livro conta a sua história, os dias na prisão, mas pretende contar, acima de tudo, que não foram apenas os "grandes dirigentes do PCP" que foram presos e torturados. Muita gente "comum" e muitas mulheres também o foram. Escrito em discurso directo o livro foi apresentado por Fernando Rosas e editado pela 100Luz, com o apoio do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público e da Associação das Mulheres Juristas, duas organizações de que faz parte. Continua a acreditar que é possível mudar o Mundo, mas não quer nada com os partidos. Quer "ser livre". -------------------- -------------------- ---------- Estas ligações, para serviços externos ao Jornal de Notícias, permitem guardar, organizar, partilhar e recomendar a outros leitores os seus conteúdos favoritos do JN(textos, fotos e vídeos). São serviços gratuitos mas exigem registo do utilizador.